Sem Autocensura
Ontem estava preenchendo os campos do perfil do blog, chegando na opção dos filmes parei para me lembrar dos filmes que eu realmente gosto e me peguei fazendo algo abominável. Eu estava me censurando, descartando os filmes que por um instante julguei serem idiotas de mais para serem colocados ali como referência do que eu assisto.
Ainda pensando a respeito, circulei pelos perfis de alguns amigos no Facebook e tive a certeza de que a mesma censura que me ocorreu, estava ali, dominando a apresentação de suas informações pessoais, com filmes do Tarantino, Feline e outros grandes nomes do cinema internacional.
Eu reconheço que todos eles tem obras brilhantes, mais sei que meus amigos tem um repertório muito mais vasto, que foi ignorado na hora de preencherem o campo dos filmes. Talvez porque não tinham um enredo tão complexo, que não os fariam parecer mais inteligentes.
Negaram filmes que fizeram parte de suas vidas, só para parecerem mais cultos, estudiosos ou entendidos do cinema francês.
Na certa ficaram com vergonha de dizer que assistiram "Matilda" pela terceira vez na "Sessão da Tarde" e aguardaram até cena em que ela dá uma lição na senhorita Trunchbull, ou que morreram de rir com "As Branquelas" e que até mesmo se inspiraram a seguir uma carreira dedicando-se pra valer, que nem a "Andréa" em "O Diabo Veste Prada".
Estão preocupados demais com a avaliação que o mundo vai fazer desse "eu" de mentira que eles se empenham em construir todos os dias.
Eu não fiz um blog pra escrever sobre alguém que eu acabei de inventar, então vou preencher esses campos com um mínimo de franqueza. Afinal para que eu conseguisse parecer inteligente, teria que ser muito mais inteligente de fato, para poder sustentar um absurdo desses a longo prazo.
By Luiz Pontel